Certificação de área livre de aftosa aumenta potencial da pecuária local
Considerado um dos maiores produtores de carne bovina do Paraná, o município de Umuarama tem muito a ganhar com a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação conquistada pelo Estado na última quinta-feira (27). O novo status sanitário foi confirmado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), durante a 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, em Paris, França.
De acordo com informações do governo do Estado, o Paraná obteve reconhecimento nacional do Ministério da Agricultura e Pecuária em agosto do ano passado e aguardava pela validação da OIE. Além da aftosa, a entidade deu a chancela de zona livre de peste suína clássica independente. O último foco de aftosa ocorreu em 2006. Desde então o setor produtivo se juntou ao governo do Estado para melhorar a estrutura sanitária paranaense. Foi criada a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e reforçada a fiscalização nas divisas e o controle dos planteis.
Com um rebanho com mais de 200 mil cabeças (entre bovinos de corte e leite), o município de Umuarama pode conquistar uma nova fatia de mercado com a certificação. O gado tem uma grande parcela na produção primária do município, que – puxada pelos bons resultados da agropecuária – vem registrando aumento significativo, apesar dos efeitos da pandemia na economia nacional.
Para o diretor de Agricultura e Pecuária do município, José Guilherme de Oliveira Júnior, “com essa certificação de área livre da febre aftosa sem vacinação para o Paraná, o município de Umuarama também pode se tornar referência em exportação de carne, assim como já é uma referência em criação de gado de corte”, apontou.
Os números da produção pecuária paranaense são expressivos. O Estado é o maior produtor e exportador de proteína animal do país, com liderança em avicultura e piscicultura. Em 2020, o Estado produziu 5,7 milhões de toneladas de carne de porco, boi e frango, quase um quarto de toda a produção nacional, e é responsável por 33% da produção de frango do país e 21,4% da produção de peixes. Ocupa ainda o segundo posto em relação à carne suína (21% da produção brasileira) e a vice-liderança na produção de leite (13,6%) e ovos (9%).
Para lideranças do setor, o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação ajudará a abrir mercados para a carne paranaense e outros produtos de origem animal, com a possibilidade de comercialização para países que pagam melhor pelo produto, como Japão, Coreia do Sul e México. Com a abertura de mercados o Estado pode atingir também a liderança nacional na produção de suínos.